Perguntas como: “será que eu vou dar conta?”, “meu leite é suficiente ou ele precisa de suplemento?”, “como irei equilibrar o trio mãe-esposa-dona de casa?”, “será que meu bebê está bem, dormindo sozinho no berço?”, “meu marido vai entender toda essa atenção voltada ao bebê?”, “de quem é esse corpo no espelho?”, “por que me sinto triste e tão culpada?”, “eu realmente estou preparada pra isso?”, “sigo os palpites ou meu instinto materno?”, com certeza serão perguntas que farão parte dos seus pensamentos durante o puerpério e amamentação. Um pedacinho seu acaba de nascer e precisa de toda a atenção necessária para sua sobrevivência, e tudo isso enquanto nos recuperamos do parto, dos hormônios, do cansaço (que dificilmente passa), das eventuais dores (seja do pós-parto ou da amamentação), e dessa nova mulher que nasceu junto com o bebê. Afinal, quando nasce um filho, nasce uma MÃE também. E a maternidade MUDA a gente. Ela nos transforma no melhor que podemos ser, no melhor que podemos SENTIR (um amor maluco, intenso e incondicional). Essa mudança se dá também pelo fato de querermos dar bom exemplo aos nossos pequenos. Queremos educar e ajudar no desenvolvimento deles da melhor forma possível. Não importa o cansaço, nós estamos lá por eles.

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Photo by Laura Fuhrman on Unsplash

O QUE É O PUERPÉRIO

O puerpério é o período pós-parto em que o corpo da mulher recém-mãe sofre alterações para retornar ao seu estado normal. Neste período, a mulher vive uma grande descarga hormonal que é comum dessa fase. Suas emoções ficam mais intensas, o que deixa a mamãe mais sensível – pode haver momentos de tristeza, choros e de introspecção. E isso tudo é natural e faz parte do puerpério. Entretanto, há mulheres que não têm esse tipo de informação, e se sentem culpadas por se sentirem tristes, com medo e inseguras.

Resumindo, o puerpério é o período em que o corpo da mulher passa por modificações físicas e emocionais para voltar ao estado pré-gravidez. E enquanto se recupera aos poucos do parto e das mudanças vividas durante a gravidez, ela também precisa de se habituar ao novo papel: o de mãe.

Calma, mamães! Apesar de cada mulher viver isso de uma forma particular (algumas nem sentem essas emoções indesejadas), este de fato é um momento delicado e confuso para a maioria de nós, recém-mães. Há até quem vivencie o “baby blues”, que é uma depressão pós parto (saiba mais). Mas é importante que vocês saibam que TUDO ISSO VAI PASSAR. Nós nos adaptamos, amadurecemos e crescemos junto com o bebê. É uma experiência difícil, mas é incrível o resultado. Esse resultado vai refletir no desenvolvimento saudável que nossos bebês terão devido aos nossos esforços e os esforços da família também (quando nos ajuda).

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Você não escolhe passar por esse turbilhão de sentimentos, afinal, isso é natural e faz parte do puerpério. E lembre-se: essa tristeza e culpa não significa que você não ame seu filho ou não se sinta abençoada e grata por ele. Essa fase confusa passa!
Photo by Echo Grid on Unsplash

Pode-se dizer que o puerpério termina quando retorna a ovulação e a função reprodutiva da mulher. Com o tempo, o apoio da família e amigos, e com BASTANTE descanso, as coisas vão voltando ao normal.

Permita-se conhecer mais e a entender melhor o que acontece com a gente em cada situação. Aceite e viva as emoções negativas mas não se apegue à elas. É importante saber como lidar com as novas situações, com a nossa mente e possíveis emoções. Esse conhecimento irá refletir na sua saúde, nas suas relações e na vida em geral!

AMAMENTAÇÃO – As vantagens e seus desafios

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Não existe proteção maior do que o leite materno.

O nascimento de um filho é um acontecimento incomparável! Contudo, os desafios são mais do que muitos, e a exigência é enorme. Amamentação em livre demanda, horas sem dormir, preocupações que antes não existiam, além das alterações físicas e emocionais. Tudo isso pode acarretar em exaustão física, angústia, insônia, diminuição da libido, oscilação entre estados de humor de intensa felicidade e de enorme tristeza ou depressão pós parto são algumas consequências dessa exigência.

Vantagens da Amamentação

Os anticorpos encontrados no leite materno ajudam na prevenção de muitas doenças, e não são encontrados nas fórmulas infantis. Segundo a OMS, a amamentação com o leite materno é exclusiva até o 6º mês e deve continuar até os dois anos de idade. No meu caso, eu amamentei meu pequeno até os três meses e depois introduzi a fórmula. Ele aceitou muito bem tanto o peito quanto a fórmula, e também não teve dificuldade para deixar o peito, pois desde o início eu intercalei o peito e a mamadeira e ele acabou se acostumando. LEMBRANDO QUE, é extremamente importante e benéfico o leite materno ao bebê, contudo, mais importante do que isto, é que ele seja ALIMENTADO. Não importa se pelo peito ou pela mamadeira. Há mães que simplesmente não conseguem seguir amamentando (seja por falta de leite, muita dor,  bico invertido, enfim) e não devem se sentirem culpadas por isso.

Benefícios da amamentação para o bebê

  1. O leite materno tem todos os nutrientes e anticorpos essenciais para o bebê;
  2. Bebês que foram amamentados têm menos chance de se tornarem obesos no futuro;
  3. Previne alergias, anemia e infecções respiratórias, como a asma;
  4. Bebês que foram amamentados têm menor risco de desenvolver diabetes tipo II;

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Benefícios da amamentação para as mães

  1. Amamentar pode prevenir a depressão pós-parto;
  2. O leite materno é de graça;
  3. A amamentação ajuda no controle da natalidade;
  4. Tem efeito protetor contra o câncer de mama e de ovário;
  5. Redução do risco da mulher desenvolver diabetes tipo II após a gravidez.

Confira algumas posições para amamentar:

Manobras para ensinar o bebê a mamar do jeito certo: apoiar o queixo dele durante a mamada para fortalecer a musculatura e abocanhar totalmente a auréola, em vez de pegar apenas o bico.

Desafios da Amamentação

Dor
Amamentar pode doer por muito motivos. Seja pelo bico rachado, os seios cheios ou uma eventual mastite (inflamação da mama que provoca sintomas como dor, inchaço ou vermelhidão). A pega errada (quando o bebê abocanha apenas o bico do seio e não a auréola por completo) ou quando o bebê morde o bico do seio, também podem causar dor. Os maiores desconfortos ocorrem principalmente nas primeiras semanas de amamentação, quando o seio ainda está se adaptando para os meses que virão pela frente. Mas fique calma, é uma fase de adaptação que poderá até atrapalhar o ato de amamentar no começo, mas depois o seio se adapta, acredite! Pomadas a base de lanolina 100% me ajudaram a não machucar tanto o bico do meu seio durante a amamentação.

Contudo, segundo Tatiana Vargas, fonoaudióloga e diretora fundadora da Mame Bem Assistência e Treinamento Profissional (SP), a única orientação segura é tentar expor os mamilos ao sol quando der e buscar saber mais sobre pega correta, melhores posturas e livre demanda. A profissional ainda aconselha que a melhor maneira de preparar o seio para a amamentação é procurar informações de qualidade e contar com o acompanhamento de profissionais (consultor de amamentação ou especialista em aleitamento materno). Outra estratégia importante para uma amamentação consciente e tranquila, é participar de grupos de apoio e cursos para grávidas durante a gestação.

Pouco leite
Segundo a ginecologista e obstetra Diana Vanni, do Hospital israelita Albert Einstein (SP), isso pode acontecer no caso de mulheres que tenham passado por cirurgias mamárias, como as redutoras ou mastopexias (método cirúrgico que corrige a flacidez dos seios).

Talvez você escute de pessoas desinformadas que você tem pouco leite quando o neném não para de chorar e pedir peito, ou ainda, escutar que o leite materno é fraco. Entretanto, não existe leite fraco ou pouca produção por parte da mãe. O que pode acontecer é um desequilíbrio quando o bebê não suga adequadamente. Quando o ducto mamário está vazio, o corpo produz mais leite e isso não é uma questão de deixar o bebê horas no peito.

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Photo by kevin liang on Unsplash

Principal regra da amamentação: quanto mais o bebê mamar, mais leite será produzido. Pode ser necessário oferecer o peito mais vezes para o  bebê e com intervalos mais curtos quando a produção do leite estiver baixa. Caso seja identificado a diminuição da produção do leite materno , peça auxílio para seu pediatra e/ou consultor de amamentação para otimizar o processo. A livre demanda pode ser uma solução neste caso, pois ajuda a restabelecer o ritmo adequado, uma vez que o bebê estimula as glândulas mamárias várias vezes durante o dia.

Dica: Mamães, se alimentem bem e tomem muita água ao longo do dia. Assim, você garantirá uma boa condição física para amamentar, como também uma boa produção de leite ao bebê.

Bico invertido
Ter o bico do seio voltado para dentro e não para fora atrapalha a pega do bebê. Nesses casos, o bebê não consegue sugar e puxa o seio com mais força. A mãe, então, precisa de ajuda para conseguir “formar” o bico do seio, podendo recorrer à bicos de silicone ou às conchas (que às vezes atrapalham ainda mais o processo).

Contudo, segundo a fonoaudióloga Tatiana, mamilos planos ou invertidos não impedem a amamentação. “Nos primeiros dias, poderá ser mais difícil para o bebê manter a pega, mas é possível ajustar a postura, colocar o bebê bem próximo ao corpo da mãe e usar recursos e massagens para preparar os mamilos”, ensina. Lembrando que, durante a gravidez, não há nada para se fazer.  O contato com o peito logo após o parto, o estímulo continuo da amamentação e fazer uma “prega” com a mão na mama, ajudarão o bebê a pegar corretamente o seio.

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Falta de apoio e críticas
Amamentação e parto ainda são temas polêmicos por existir algumas opiniões diferentes sobre os assuntos. que facilmente causam discussões entre quem tem opiniões divergentes. Para evitar esse tipo de situação, a melhor maneira é SE INFORMAR. Quando estamos cientes e, consequentemente, seguras das nossas escolhas, fica mais fácil avaliar de maneira correta tais assuntos. Ler livros específicos e buscar fazer cursos são boas alternativas. Também é possível pedir ajuda nos postos de saúde ou em bancos de leite.

Não tenham medo de dizer que comentários não são bem-vindos, PALPITE NÃO É AJUDA, e designe tarefas aos familiares que querem ‘ajudar‘: supermercado, fazer as refeições diárias, ajudar na organização da casa, dar apoio durante a amamentação, lavar ou passar roupas, enfim… Sem dúvidas, a maternidade precisa de menos julgamentos e MAIS APOIO.

O que fazer quando os seios estão rachados e doloridos

Avalie os motivos que levaram a mama se ferir e ajuste a pega o quanto antes. Há quem contraindique as pomadas para os mamilos pois seu uso pode levar a obstruções de ductos e sensibilidade maior na região do complexo mamilo areolar, mas, como eu disse anteriormente, minha ginecologista e obstetra receitou uma pomada a base de LANOLINA que me ajudou muito! Ainda, existe uma ferramenta nova, que vem sendo promissora e já tem até evidências cientificas que apontam seus benefícios, que é o processo à laser de baixa potência que otimizar o processo cicatricial.

FIQUE ATENTA! Mamas muito cheias causam dor e prejudicam a pega do bebê, podendo levar ao aparecimento das fissuras. Caso as mamas estejam muito cheias, você deverá realizar uma “ordenha de alívio”. Massageie as mamas e retire um pouco do leite, de maneira que elas continuem cheias, mas mais macias. Isso permitirá que a pega aconteça de maneira correta, com consequente eficiência na mamada, sem dor e com esvaziamento adequado dos seios.

A falta de informação e preparo pode prejudicar o desenrolar do puerpério e amamentação. Consultores de amamentação ou um profissional de aleitamento materno ajudará na preparação da família neste momento tão marcante e mágico, que é a chegada de um bebê. Estes profissionais conduzem os pais para grupos de discussão, oferecem materiais e apoio inclusive em redes sociais, e todas as informações dadas por eles são passadas com segurança e responsabilidade.

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É primordial que a mãe e o bebê tenham sossego e privacidade para se conhecerem e aprenderem juntos sobre a amamentação. Contar com o apoio, ajuda e cuidados de familiares e do marido é fundamental para uma amamentação tranquila e eficiente, e também para a parte emocional e física da recém-mamãe.

VEJA A PARTE 1 (clique aqui).

Bruna M. Coelho
Mãe e Psicóloga
CRP 06/145691

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